terça-feira, junho 05, 2007

PROCURADO:JOSIVALDO CALIXTO DOS SANTOS (DOUGLAS)

Este indivíduo é um dos envolvidos no incidente registrado no bairro do Renascer III, em Cabedelo, quando dois policiais militares da 4a Companhia/1o BPM foram alvejados.
Há informações seguras de que o mesmo está armado , ao menos, com uma pistola (não se sabe o calibre) além de outras armas, visto que está em companhia de, ao menos, mais dois comparsas.
Responde a processos nas comarcas de Cabedelo, Alhandra e Caaporã, por roubo, homicídio e porte ilegal de arma. É fugitivo da Cadeia Pública de Allhandra, desde janeiro de 2007.

domingo, junho 03, 2007

MÍDIA & POLÍCIA FEDERAL
A navalha cega e o dia seguinte

Por Ângelo Augusto Costa em 29/5/2007

Agora, enfim, a imprensa mostrará se está à altura dos desafios de um país lacerado pela corrupção e desejoso de livrar-se do mal, ou se está conformada com o papel de caixa de ressonância de um setor da Polícia Federal. Por isso, duas pautas, a meu ver, impõem-se neste momento.

Primeira: o que a eficiência da Polícia Federal nas operações esconde? Qual é o segredo? Apenas o Estado de S.Paulo chegou perto, mas não muito, de mostrar que existe uma PF dentro da PF; e que essa PF-2, por assim dizer, é a responsável pelo sucesso das investigações – Navalha, Hurricane e outras. Uma PF sem as graves restrições materiais de outras unidades policiais, com dinheiro, tempo, homens e tecnologia para investigar. Essa PF conversa com o Ministério Público e com o Judiciário, negocia prazos e estratégias, organiza o trabalho para ajudar quem vem depois, monta relatórios e dossiês muito completos. Sabe qual é seu papel e tenta cumprir rigorosamente a lei. Tem o apoio total da chefia.

Duas polícias na mesma polícia

Ela também escorrega, claro. Se fosse mais ousada na apuração, a imprensa chegaria aos fracassos da nova PF, o que é uma boa história. Mas a melhor é que a PF-2 não quer nada com a outra, a PF-1, a da greve, das filas em aeroportos e delegacias, dos 40 dias para emitir um passaporte, dos inquéritos que vagam como zumbis moribundos, sem rumo, sem fim, entre um pedido de prorrogação de prazo e outro e ordens do Ministério Público jamais cumpridas por qualquer motivo fútil.

Em alguns inquéritos, só falta o delegado da PF-1 dizer que não despachou no prazo porque tinha de cortar o cabelo no Jassa. A esse respeito, lembrou o Estadão um fato curioso: a PF-2 não compartilha, nos estados, sequer os prédios da PF-1. Deveria ter acrescentado que, na sede da PF-2 em Brasília, quem é da PF-1 não entra sem estar devidamente autorizado: existe um rigoroso controle eletrônico de acesso.

A imprensa, no entanto, ignorou até agora essa história das duas polícias dentro da mesma polícia e atribui à PF inteira o que é próprio de um pequeno e seleto grupo. Daí ser necessário mostrar o outro lado: a PF que não funciona, a PF de todos os dias; a PF que o cidadão brasileiro tem de enfrentar em seu cotidiano; a PF que não investiga neca dulcineca por comodismo; a PF que finge trabalhar em seus prédios imponentes, caros e inúteis.


Fonte: Observatório da imprensa

sábado, junho 02, 2007

No Rio de Janeiro:

Polícia evita banho de sangue no Morro do Dendê e prende Marcelo PQD

Publicada em 01/06/2007 às 15h29m

CBN, Bom Dia Rio, RJTV e Marcelo Dutra - O Globo

Quadrilha do traficante Marcelo Soares de Medeiros, o PQD, um dos criminosos mais procurados do Rio, foi preso quando articulava tomada do Morro do Dendê / Domingos Peixoto - O Globo

RIO - Numa ação de inteligência, após três meses de investigação, a polícia evitou a invasão do Morro do Dendê e um banho de sangue na favela na Ilha do Governador, na madrugada desta sexta-feira. A Polícia Militar e a Polícia Civil se anteciparam a bandidos que preparavam a retomada do controle de bocas-de-fumo no morro e prenderam Marcelo Soares de Medeiros, o Marcelo PQD , um dos traficantes mais procurados do Rio de Janeiro e que estava foragido desde janeiro. Com ele foram presas outras seis pessoas. O secretário de segurança, José Mariano Beltrame, negou que haja relação entre os traficantes que invadiram o Morro Chapéu Mangueira , no Leme, e o bando preso na Ilha do Governador.

No bando havia quatro ex-paraquedistas do Exército e o funcionário do gabinete da deputada Cidinha Campos (PDT) Rony Ribeiro. Segundo a polícia, Rony fazia parte de um grupo conhecido como "Bonde do PQD" e era morador do Dendê. Ele era um dos traficantes que seguia na frente do bando durante invasões por habilidade e conhecimento em manusear armamento pesado. A deputada demitiu Rony assim que soube da notícia. Ele teria trabalhado normalmente nesta quinta-feira, e levado seu filho de quatro anos para o trabalho.

A quadrilha de Marcelo PQD planejava invadir o Dendê e matar o traficante que chefia a venda de drogas no local e que é conhecido como Fernandinho. Para a ação, os bandidos montaram base numa casa na esquina das ruas Boemia e Jaburana, perto da favela. Dali eles aguardariam a chegada de comparsas em carros para a invasão do morro. O bando só não esperava ser surpreendido pelos policiais, que cercaram a casa de madrugada, por volta de 1h.

Quadrilha do traficante Marcelo Soares de Medeiros, o PQ, foi presa quando articulavam tomada do Morro do Dendê . Os traficantes estavam em uma casa na Ilha do Governador, próxima ao morro/ Domingos Peixoto - O Globo

De dentro da casa, os bandidos informavam ter dois reféns, o que não se confirmou. Entre os presos está o morador da casa, que tinha cedido o espaço aos traficantes para a ação criminosa. As negociações levaram pelo menos seis horas e só foram concluídas às 7h30m, com a rendição dos bandidos. Às 5h da manhã, alguns parentes dos traficantes foram autorizados a atravessar a barreira policial para ajudar nas negociações. O dia já tinha amanhecido quando uma parente de Marcelo PQD saiu da casa, acompanhada de um delegado e com um telefone celular. Pelo aparelho, o bandido e a mulher dele anunciaram a rendição.

Marcelo PQD:

- Vou sair, aqui. Vou sair sem arma, vou sair sem nada.

Mulher:

- Ele tá se entregando, tô saindo do lado dele. Ele tá se entregando, tá sem arma nenhuma.

Logo depois, o grupo de sete homens começou a deixar a casa e a se entregar. Marcelo PQD foi o primeiro a entrar no carro da polícia. Durante toda a operação, homens da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core) e da PM, com as tropas de elite, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope), cercaram todo o quarteirão no bairro Jardim Carioca, onde está a casa usada pelos bandidos.

Os primeiros moradores da vizinhança a acordar, se assustaram com o cerco policial nas ruas.

- Quando eu vi, eu me assustei, levei um susto danado. A gente vive assustado, porque vai trabalhar e não sabe se volta - disse uma senhora.

- Houve um confronto inicial, mas rápida, porque eles não tinham como fugir. Depois veio a negociação, que terminou às 7h30m - informou à Rádio CBN o comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar (Ilha do Governador), coronel Célio da Cunha Pedrosa.

PQD saiu da prisão pela porta da frente

Marcelo PQD exigiu que os jornalistas acompanhassem a sua rendição. Os bandidos estavam com cinco fuzis e quatro pistolas, levadas para a Delegacia de Roubo e Furto de Automóveis, na Zona Norte. O diretor do Departamento de Polícia Especializada, Allan Turnowski, chegou a entrar na casa com parentes de Marcelo PQD para negociar a rendição.

Quadrilha do traficante Marcelo Soares de Medeiros, o PQ, foi presa quando articulavam tomada do Morro do Dendê . Os traficantes estavam em uma casa na Ilha do Governador, próxima ao morro/ Domingos Peixoto - O Globo

A polícia informou que o grupo que estava com PQD é de homens treinados e preparados para ações de confronto. Eles são conhecidos como kamikazes (pilotos suicidas de avião das Forças Armadas do Japão na Segunda Guerra Mundial) e vão na frente do bando nessas ações de invasão e retomada de bocas-de-fumo. Atrás deles vão outros integrantes da quadrilha, menos preparados e menos treinados.

Em entrevista ao RJTV, da TV Globo, Gilberto Ribeiro, chefe Polícia Civil, afirmou que o uso de ex-integrantes das Forças Armadas não siginifica que a polícia precisa se aperfeiçoar para combater as quadrilhas de crime organizado:

- A polícia não precisa de aperfeiçoamento. É evidente que a utilização de ex-integrantes das Forças Armadas representa um problema a mais para a atuação da Polícia civil e da Polícia militar. Mas o treinamento que os nossos policiais recebem é suficiente para minimizar esse tipo de vantagem que, em tese, a criminalidade poderia ter. Tanto isso é verdade que hoje conseguimos prender essa quadrilha, com tantos ex-paraquedistas.


Fonte: www.oglobo.com.br

segunda-feira, maio 21, 2007

21/05/2007 - 17:33
Governo quer piso nacional para todos os policiais

A exemplo do que está sendo feito com os professores, por meio do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), que buscará estabelecer um piso para os professores de todo o Brasil, o governo federal pretende criar, por meio do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania, um salário-base para os policiais de todo o País, inclusive os municipais.

A informação foi divulgada nesta segunda-feira (21) pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. Ele não soube dizer, porém, qual seria o valor do piso salarial. Segundo Genro, o valor do salário-base ainda está sendo avaliado pelo corpo técnico do governo federal.

"A área técnica está estudando. Eu disse R$ 1.200, porque, para os padrões que a gente conhece no Sul do Brasil, é difícil a família viver com menos de R$ 1.200 por mês. Mas não há ainda um cálculo técnico", afirmou. A proposta fechada do Programa Nacional de Segurança Pública, segundo ele, deverá ser apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 31 de maio.

"O presidente me pediu que, no leque de projetos que vou apresentar no fim do mês, tivesse um fundo para complementar os salários dos policiais municipais envolvidos na segurança. A PM recebe salários descabidos para a função pública. O presidente falou que agora eu tenho que apresentar um Fundeb de salários para o setor de segurança. Ele quer dizer que aquele mesmo efeito regulatório para o desenvolvimento da educação básica no que se refere a salário, também quer para a segurança pública. Chamo a atenção que, no Fundeb, têm salários e têm recursos para outras coisas na educação básica", disse Genro a jornalistas.

O ministro da Justiça informou que, para complementar o salário dos policiais, seria formado um fundo, que funcionaria de forma transitória, por cinco, seis ou sete anos. Segundo ele, esse seria o tempo suficiente para que os estados ajustassem suas finanças para, posteriormente, assumirem os salários dos policiais tendo por base o piso estabelecido pelo governo.

Além do piso salarial para os policiais, Genro informou que o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania buscará ainda reequipar as polícias - também com armas não letais para diminuir a incidência de balas perdidas - e atacar a fonte dos problemas de segurança pública, entre elas a questão social. "Haverá uma articulação com os programas sociais para resgatar os jovens da criminalidade", explicou.


Fonte: G1.Globo

terça-feira, maio 08, 2007

"ENTREVISTA/ MATADOR DE ALUGUEL 21/04/2007 19:46
"Não é trabalho. Vejo como um complemento de renda"


"Fui vítima da bandidagem"

Por Diogo Menezes

Da Editoria de Cidades do Jornal do Commercio

Uma vida marcada pelo crime e para o crime. A ação de pistoleiros no Agreste de Pernambuco, nos últimos quatro anos, tem se tornado tão comum que muitas pessoas da região nem se assustam mais.

Apenas em Caruaru, a cidade mais populosa da região, de janeiro de 2003 até a última terça-feira, 667 pessoas foram assassinadas.

Alguns desses crimes podem ser atribuídos a um pistoleiro de 25 anos, que começou a matar aos 16. Após ser assaltado e ferido, ele se revoltou e resolveu fazer justiça com as próprias mãos.

“A primeira pessoa que matei foi o cara que me assaltou. Depois, não parei mais, mas prefiro matar por dinheiro”, diz.

Demonstrando frieza, ele aceitou conversar com o JC, desde que fossem omitidos seu nome e paradeiro.

Jornal do Commercio - Quantos crimes você já cometeu?

Matador de Aluguel - Foram muitos. Não costumo contar o número de vítimas.

Jornal do Commercio - Mas tem alguma idéia?

Matador - Acho que 30.

Jornal do Commercio - Todos os crimes foram encomendados?

Matador - A maioria deles. Mas também mato se tiver raiva de alguém. Se eu não gostar do cara, se ele fizer alguma coisa contra mim, mato sem pena. Mas prefiro matar sob encomenda.

Jornal do Commercio - Em quais cidades do Agreste você costuma atuar?

Matador - Qualquer uma. Basta me dizer onde está a pessoa que deve morrer que faço o serviço. Já fui contratado para matar um homem em São Paulo.

Jornal do Commercio - Você foi a São Paulo matar uma pessoa?

Matador - Peguei carona com um amigo. Procurei o cara. Depois que o identifiquei, cometi o crime e voltei de ônibus, sem problemas.

Jornal do Commercio - Como você costuma matar?

Matador - Da forma mais fácil que tem, com revólver calibre 38. Às vezes, também uso espingarda calibre 12. Mas gosto mais de revólver, porque é rápido e prático. Todos os pistoleiros preferem revólver, porque também é mais barato que pistola.

Jornal do Commercio - Depois de receber a encomenda, quantos dias você leva para matar?

Matador - Depende do lugar onde estou, do deslocamento que vou fazer. Mas, geralmente, é uma média de três a cinco dias.

Jornal do Commercio - Com quantos anos você matou pela primeira vez?

Matador - Aos 16. Mas não foi encomendado. Matei um cara porque ele me assaltou e me deixou deficiente. Me revoltei me vinguei. Descobri quem era, comprei uma arma e acabei com ele.

Jornal do Commercio - E, a partir daí, não parou mais.

Matador - Depois que você entra nessa vida, sair é complicado. O povo ficou sabendo que eu matava e associou minha imagem à de pistoleiro. Quando precisavam eliminar alguém, ligavam para mim e eu fazia o serviço. Quem tem inimigos e dinheiro para pagar a um matador, contrata mesmo.

Jornal do Commercio - Quanto você recebe para matar uma pessoa?

Matador - Depende. Se for uma pessoa de mais gabarito, que vai ser difícil matar por uma série de fatores, cobro mais caro. Já cheguei a receber R$ 8 mil por um crime.

Jornal do Commercio - E qual foi o pagamento mínimo?

Matador - Foi R$ 500, para matar um cara em Agrestina.

Jornal do Commercio - Você faz parte da quadrilha de Rosemário Bezerra de Menezes, presa em Caruaru pela Polícia Federal?

Matador - Não faço parte de grupo de extermínio. Trabalho sozinho. A pessoa liga para mim encomendando o crime, vou lá e mato.

Jornal do Commercio - Como você estuda a vítima?

Matador - Procuro observá-la, para saber com quem anda e quais os roteiros que costuma fazer.

Jornal do Commercio - Quantos tiros você costuma dar?

Matador - Depende da situação. Geralmente, dou cerca de três tiros, sempre na cabeça.

Jornal do Commercio - Como você recebe o pagamento dos homicídios?

Matador - Sempre à vista, depois que mato.

Jornal do Commercio - Alguma pessoa que te contratou para matar está presa?

Matador - Não. Estão todos soltos.

Jornal do Commercio - Você se arrepende de algum crime que cometeu?

Matador - Não. Fui vítima da bandidagem e resolvi me tornar pistoleiro. Além do mais, sou pago para fazer isso.

Jornal do Commercio - Você considera a pistolagem um trabalho?

Matador - Não. Eu trabalho em uma fazenda. Vejo como um complemento de renda."


Fonte: Blog de JAMILDO

DE OLHO NO SENADO: EMENDA CONSTITUCIONAL PRETENDE EXTINGUIR A PM

"PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 21, DE 2005

Dá nova redação aos arts. 21, 22, 32, 144 e 167 da Constituição Federal, para reestruturar os órgãos de segurança pública.

As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, nos termos do § 3o do art. 60 da Constituição Federal, promulgam a seguinte emenda ao texto constitucional:

Art. 1º A Constituição Federal passa a viger com as seguintes alterações:
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, da polícia estadual e do corpo de bombeiros. (NR)"

"Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, com ações desenvolvidas nos níveis federal, estadual e municipal.

§ 1º ...............................................................................................


§ 2º Os Estados organizarão e manterão a polícia estadual, de forma permanente e estruturada em carreira, unificada ou não, garantido o ciclo completo da atividade policial, com as atribuições de exercer as funções de polícia judiciária e de apuração das infrações penais, de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública, e elaborarão legislação orgânica que regulamente o disposto neste parágrafo, e a disciplina e hierarquia policiais."


Em síntese, a PEC 21, de autoria do Senador Tasso Jereissati - PSDB/CE acarretará extinção completa da Polícia Militar. De olho no Senado amigos!

Mais informações em no site da PMMG.

sábado, fevereiro 10, 2007

PMRN dá prazo de dois dias ao goveno para evitar paralisação


10/02/2007 - 12:25
As associações de Cabos e Soldados e de Tenentes e Sargentos da Polícia Militar decidiram em assembléia realizada na manhã deste sábado, dar um prazo de dois dias para governo do estado se pronunciar sobre as reivindicações da categoria. ``Se até a próxima terça-feira o secretário de segurança, Carlos Castim não der nenhum sinal favorável à categoria, faremos outra assembléia às 19h para deliberar sobre uma paralisação'', afirmou a Sargento Mary Regina.
Também na assembléia de sábado, foi criada um comissão formada por cinco policiais para representar a categoria e acompanhar o encaminhamento da lei que regulamentar o reajuste salarial dos PMs para a Assembléia Legislativa.

DN Online


segunda-feira, fevereiro 05, 2007

No RJ: Tráfico enfrenta milícias

5/2/2007 00:36:00

Rio - A guerra entre traficantes do Comando Vermelho (CV) e integrantes de milícias deixou seis mortos e dez feridos no fim de semana. Os confrontos na Favela do Barbante e Vila Juaniza, ambas na Ilha do Governador, e na Cidade Alta, em Cordovil, foram tentativas dos criminosos de recuperar pontos de onde haviam sido expulsos.

No primeiro ataque, sábado à noite, às duas comunidades da Ilha, quatro pessoas morreram e duas foram baleadas, mas os bandidos que haviam saído em dezembro não conseguiram retomar os locais. Já em Cordovil, traficantes retornaram ao conjunto habitacional um dia dia após invasão de milicianos, feita com ajuda de blindado da PM, de acordo com moradores.

Durante o confronto na Cidade Alta, foi morto o sargento Alex Sarmento Mendes, lotado na Diretoria Geral de Pessoal e suspeito de integrar o grupo armado. Seis pessoas ficaram feridas, entre elas menino de 11 anos. Poucas horas antes, quatro carros foram roubados na região, para formar o comboio que invadiu o conjunto. Nos assaltos, mulher foi baleada de raspão no joelho e bandido levou três tiros de fuzil nas costas.

Na hora da feira

Às 6h deste domingo, feirantes montavam suas barracas na rua principal da Cidade Alta, quando traficantes chegaram em diversos carros, atirando granadas. O sargento Alex foi baleado no olho. Logo depois, o sargento Antônio Souza dos Santos foi atingindo no braço e tórax. Ele está internado no Hospital da PM, no Estácio.

O menino Rafael Silva de Oliveira, 11 anos, ajudava a tia a montar a barraca e precisou se jogar debaixo de um caminhão para se proteger das explosões de granadas, mas foi atingido por estilhaços nas pernas. O feirante Lorisvaldo Gomes Brito, 25, foi socorrido por colegas numa Kombi após levar tiro de raspão na barriga.

Os outros feridos foram a aposentada Maria Osmarina de Mello Souza, 67 anos, baleada na perna; Emilson Ângelo de Oliveira, 31, atingido na barriga; e Rodrigo Alves Catureba, 18, ferido na mão esquerda. Segundo parentes de Rodrigo, o ajudante de caminhão voltava com amigos de baile funk na Chatuba, na Penha. Apenas Emilson e Rodrigo continuam internados no Hospital Getúlio Vargas. Depois do confronto, para conter tumultos, policiais do 16º BPM (Olaria) passaram o dia nas entradas do conjunto.

Show interrompido

A invasão da milícia ocorreu na madrugada de sábado e foi presenciada pelo cantor Elymar Santos, que fazia show na Cidade Alta. Por volta de 1h, o cantor foi obrigado a sair do palco. O som foi desligado e o clima ficou tenso na quadra do Bloco Barriga, onde havia cerca de mil pessoas. “Policiais foram ao camarim pedir desculpas e falar que a gente poderia continuar, porque era apenas uma operação de rotina. Cantei por mais duas horas”.

Segundo o cantor, os policiais estavam armados, mas não vestiam fardas. “No caminho até a Avenida Brasil havia vários policiais. Ouvi dizer que eles eram conhecidos da comunidade e que os moradores já sabiam que ia acontecer a operação”, contou Elymar.

Roubo de carros na véspera

Na noite anterior à retomada da Cidade Alta por traficantes, grupo de seis bandidos armados promoveu uma série de roubos de carros na Avenida Brasil, próximo ao Trevo das Margaridas, no Jardim América, onde houve falsa blitz. Policiais do Batalhão de Vias Especiais passavam na hora pelo local e trocaram tiros com bandidos. Fábio de Lima, 23 anos, foi preso enquanto fugia em um Pólo preto.

Fábio levou três três tiros nas costas e está no Hospital Getúlio Vargas sob custódia da polícia. Foram registrados quatro roubos de automóveis. Edvani Santos da Silva, 52 anos, viajava em ônibus da Viação 1001 próximo ao local e foi atingida no joelho esquerdo. A polícia informou se os ataques têm ligação com a invasão à favela.

Nos últimos meses, a Cidade Alta passou a abrigar traficantes do Comando Vermelho expulsos de favelas ocupadas por milícias, como Kelson’s e Quitungo, ambas na Penha. De lá também saíram, segundo investigações, os criminosos acusados de incendiar ônibus da Viação Itapemirim, em 28 de dezembro. No atentado, que seria retaliação à expansão das milícias, oito inocentes morreram carbonizados.

Mais um morto e três desaparecidos

O corpo da sexta vítima da guerra de milícias contra o tráfico foi encontrado no final da noite de domingo pelos próprios parentes. O corpo do motoboy Fábio Fernandes Rocha, 29 anos, foi queimado e deixado no porta-malas de um Peugeot, próximo à estação de trem de Cordovil. Ele foi reconhecido através de uma cicatriz na perna esquerda e da arcada dentária. No início da noite, a viúva do motoboy disse ter recebido telefonema anônimo informando da sua execução e onde encontrar o corpo. Os próprios parentes foram ao local e reconheceram a vítima.

De acordo com os parentes, Fábio teria sido mantido como refém pela milícia que ocupou a Cidade Alta, na madrugada de sábado, junto com outras três pessoas, que continuam desaparecidas. A família do motoboy havia registrado o caso na 38ª DP (Brás de Pina) como seqüestro e cárcere privado.

Segundo parentes, Fábio tomava cerveja em bar próximo de casa, quando foi espancado e algemado por milicianos. Ele teria sido levado para a quadra com mais três pessoas, onde ficou preso. No mesmo local, também estaria corpo de uma pessoa que os moradores desconfiam ser de traficante conhecido como Arilson.

A mulher do motoboy permaneceu desde sábado na casa da sogra com o filho de quatro meses. “Estou com medo de voltar lá. Não temos mais ninguém com quem contar”, disse ela, que preferiu não se identificar.

O delegado Gilberto Dias encaminhou a denúncia ao comandante do 16º BPM (Olaria), José Luiz Nepomuceno, que informou ter vistoriado a quadra, mas nada encontrou.

Moradores denunciaram ainda que a milícia determinou toque de recolher e bloqueou as principais ruas do conjunto com barricadas.

Fonte: O Dia


Armados, "médicos de preto" atuam em ações da PM no Rio


A Convenção de Genebra, que rege leis internacionais de direitos humanos em tempos de guerra, estabelece que "as ambulâncias e os hospitais militares serão reconhecidos como neutros e, assim, protegidos e respeitados pelos beligerantes enquanto acomodarem feridos e doentes".

No Rio da guerra entre policiais e traficantes, a convenção não vale, contam PMs do Gesar (Grupamento Especial de Salvamento e Ações de Resgate), responsáveis por resgatar policiais feridos em confronto.

"Bandido não tem respeito nenhum. Em guerra, respeitam ambulâncias. Aqui não tem essa", afirmou o tenente-médico Armando Santos. "Está tatuado bem grande na ambulância: Polícia Militar", afirma o soldado Antônio Maia.

Vítimas de ataques de criminosos, os 75 integrantes --médicos e socorristas-- do Gesar só trabalham com pistolas e fuzis e pedem ambulâncias blindadas. Nenhuma das quatro unidades UTIs, duas ano 2001 e duas 1997, tem blindagem.

"Se Deus quiser, vamos conseguir ter uma ambulância blindada. É um colete à prova de balas coletivo", afirmou o major André Luiz Vidal, há oito anos comandante da unidade. "Se tiver conhecimento com o governador, põe aí: precisamos de ambulância blindada", pede um praça ao repórter.

O comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo, afirmou à Folha que a ambulância blindada é um pleito da corporação ao governo.

Prestes a completar 12 anos, o Gesar tem atuação única no resgate com risco no país, diz major Vidal. Faz mais de mil atendimentos --entre socorros e transferências hospitalares-- por ano, boa parte dos atendimentos por trauma provocado por tiros.

PMs por formação e socorristas por especialização, os integrantes do Gesar treinados para salvar vidas muitas vezes têm de, paradoxalmente, trocar tiros para cumprir a missão de resgatar colegas baleados em outros tiroteios.

"Nosso lema é seringa e luva numa mão e pistola na outra", explica o cabo Marçal, enfermeiro, que dá instrução e palestras sobre a atuação do grupamento nas Forças Armadas.

"Todos trabalham armados: é uma questão de sobrevivência", diz o major Vidal, que, curiosamente, é dentista.

Os socorristas tampouco vestem o branco tradicional dos profissionais da saúde. Só usam jaleco em transferências para o Hospital Central da PM. "O branco chama muito a atenção e nos deixa expostos", explica Maia, um dos cinco membros do Gesar que integram a Força Nacional de Segurança.

À primeira vista, os integrantes do Gesar parecem PMs comuns ao saírem para resgates. Uniforme cinza, colete preto à prova de balas e uma ou duas pistolas.

O Gesar está centralizado no Batalhão de Choque, mas mantém duas outras unidades: uma no Cefap (Centro de Formação de Praças) e uma no 12º Batalhão da corporação, em Niterói.

Fonte: FolhaOnline