terça-feira, maio 08, 2007

"ENTREVISTA/ MATADOR DE ALUGUEL 21/04/2007 19:46
"Não é trabalho. Vejo como um complemento de renda"


"Fui vítima da bandidagem"

Por Diogo Menezes

Da Editoria de Cidades do Jornal do Commercio

Uma vida marcada pelo crime e para o crime. A ação de pistoleiros no Agreste de Pernambuco, nos últimos quatro anos, tem se tornado tão comum que muitas pessoas da região nem se assustam mais.

Apenas em Caruaru, a cidade mais populosa da região, de janeiro de 2003 até a última terça-feira, 667 pessoas foram assassinadas.

Alguns desses crimes podem ser atribuídos a um pistoleiro de 25 anos, que começou a matar aos 16. Após ser assaltado e ferido, ele se revoltou e resolveu fazer justiça com as próprias mãos.

“A primeira pessoa que matei foi o cara que me assaltou. Depois, não parei mais, mas prefiro matar por dinheiro”, diz.

Demonstrando frieza, ele aceitou conversar com o JC, desde que fossem omitidos seu nome e paradeiro.

Jornal do Commercio - Quantos crimes você já cometeu?

Matador de Aluguel - Foram muitos. Não costumo contar o número de vítimas.

Jornal do Commercio - Mas tem alguma idéia?

Matador - Acho que 30.

Jornal do Commercio - Todos os crimes foram encomendados?

Matador - A maioria deles. Mas também mato se tiver raiva de alguém. Se eu não gostar do cara, se ele fizer alguma coisa contra mim, mato sem pena. Mas prefiro matar sob encomenda.

Jornal do Commercio - Em quais cidades do Agreste você costuma atuar?

Matador - Qualquer uma. Basta me dizer onde está a pessoa que deve morrer que faço o serviço. Já fui contratado para matar um homem em São Paulo.

Jornal do Commercio - Você foi a São Paulo matar uma pessoa?

Matador - Peguei carona com um amigo. Procurei o cara. Depois que o identifiquei, cometi o crime e voltei de ônibus, sem problemas.

Jornal do Commercio - Como você costuma matar?

Matador - Da forma mais fácil que tem, com revólver calibre 38. Às vezes, também uso espingarda calibre 12. Mas gosto mais de revólver, porque é rápido e prático. Todos os pistoleiros preferem revólver, porque também é mais barato que pistola.

Jornal do Commercio - Depois de receber a encomenda, quantos dias você leva para matar?

Matador - Depende do lugar onde estou, do deslocamento que vou fazer. Mas, geralmente, é uma média de três a cinco dias.

Jornal do Commercio - Com quantos anos você matou pela primeira vez?

Matador - Aos 16. Mas não foi encomendado. Matei um cara porque ele me assaltou e me deixou deficiente. Me revoltei me vinguei. Descobri quem era, comprei uma arma e acabei com ele.

Jornal do Commercio - E, a partir daí, não parou mais.

Matador - Depois que você entra nessa vida, sair é complicado. O povo ficou sabendo que eu matava e associou minha imagem à de pistoleiro. Quando precisavam eliminar alguém, ligavam para mim e eu fazia o serviço. Quem tem inimigos e dinheiro para pagar a um matador, contrata mesmo.

Jornal do Commercio - Quanto você recebe para matar uma pessoa?

Matador - Depende. Se for uma pessoa de mais gabarito, que vai ser difícil matar por uma série de fatores, cobro mais caro. Já cheguei a receber R$ 8 mil por um crime.

Jornal do Commercio - E qual foi o pagamento mínimo?

Matador - Foi R$ 500, para matar um cara em Agrestina.

Jornal do Commercio - Você faz parte da quadrilha de Rosemário Bezerra de Menezes, presa em Caruaru pela Polícia Federal?

Matador - Não faço parte de grupo de extermínio. Trabalho sozinho. A pessoa liga para mim encomendando o crime, vou lá e mato.

Jornal do Commercio - Como você estuda a vítima?

Matador - Procuro observá-la, para saber com quem anda e quais os roteiros que costuma fazer.

Jornal do Commercio - Quantos tiros você costuma dar?

Matador - Depende da situação. Geralmente, dou cerca de três tiros, sempre na cabeça.

Jornal do Commercio - Como você recebe o pagamento dos homicídios?

Matador - Sempre à vista, depois que mato.

Jornal do Commercio - Alguma pessoa que te contratou para matar está presa?

Matador - Não. Estão todos soltos.

Jornal do Commercio - Você se arrepende de algum crime que cometeu?

Matador - Não. Fui vítima da bandidagem e resolvi me tornar pistoleiro. Além do mais, sou pago para fazer isso.

Jornal do Commercio - Você considera a pistolagem um trabalho?

Matador - Não. Eu trabalho em uma fazenda. Vejo como um complemento de renda."


Fonte: Blog de JAMILDO

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

isso é serio mesmo??
Se for quero te contratar....deixe seu contato

9:34 PM  

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